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<strong> Pensei em publicar um foto com meu extrato bancário, mas seria de muito mal gosto fazer isso, hahahahhahaa. </strong> Brincadeira, só pra descontrair um pouco. <strong> Estamos vivendo no limite, sempre com a ajuda do cheque especial e do gerenciamento de dívidas. Ainda não precisamos reduzir as idas na feira para comprar frutas e legumes, mas suspeito que esse momento se aproxima. </strong> Dois quintos do nosso ganho em família vai para moradia, e o que sobre dividimos entre as contas e alimentação. Temos circulado pouco, então o custo com a gasolina foi pequenos no último mês, mas com a volta das aulas presenciais é mais um gasto na conta. Compramos uma moto para meu marido ir trabalhar e evitar o transporte público, e ainda estamos pagando o amigo que nos emprestou o valor para não ter que pedir ao banco e pagar os juros absurdos. <strong> Minha fonte de renda vem de 3 frentes, todos informais: um trabalho remoto no setor de galeria de arte; um trabalho presencial cuidando de crianças de até 6 anos num quintal parental; e aula uma vez por semana em uma escola infantil. O primeiro me serve para pagar o aluguel; o segundo para pagar o cartão de crédito e o terceiro para pagar o convênio médico. Com o que meu marido ganha, pagamos as contas de luz, gás, internet, a feira, o combustível, algum alimento extra fora do cartão. </strong> Mas todo o mês vem a insegurança que se algum desses trabalhos me dispensar, vai ficar bem complicado pra nós. Tento não pensar nisso, usar a positividade e acreditar que sempre virão outras oportunidades, mas é ruim esse sentimento de falta de segurança. Minha vida anda assim desde que saí do trabalho formal para cuidar da minha filha de 6 anos, acaba que a gente se acostuma em viver pendurado, mas é estressante, não dá pra negar que às vezes tira o sono, o apetite, tira até a líbido com o marido, e a paciência com a filha. Ainda que meu marido trabalha em serviço com registro na carteira, e a área dele é como pedreiro na construção civil, esse serviço não foi interrompido em nenhum momento na pandemia, então temos alguma garantia. Mas o ganho dele é pouco e não paga tudo que precisamos para nos mantermos com dignidade. Eu vivi por quase 3 anos na casa dos meus pais, que eu ajudei a manter, que eu reformei para eles terem uma velhice mais confortável, que eu sempre mantive a manutenção, enfim, mas precisávamos ter nossa privacidade e resolvemos sair, mesmo nesse momento delicado. Mas isso está nos trazendo uma paz, pois temos nosso canto e podemos seguir nossa rotina sem interferências, o que tem ajudado a tranquilizar quanto as escolhas. De resto, <strong> ajuda a pensar que a maioria está nesse mesmo barco e só nos resta seguir lutando, pedindo ao Divino para termos saúde e forças e fé na vida. </strong>
May 6, 2021